Delator diz que escondeu 120 milhões de dólares de Sérgio Cabral em contas no exterior

Os doleiros Renato e Marcelo Chebar contaram, nesta terça-feira (11), que esconderam U$ 120 milhões do ex-governador Sérgio Cabral em contas no exterior. A informação foi dada ao juízo da 7ª Vara Federal, como mostrou o RJTV.

A maior parte do valor, segundo eles, já foi devolvida aos cofres públicos, após ser recuperado pela Força Tarefa da Lava Jato no Rio. Os irmãos Chebar são delatores da Operação Eficiência, que investiga esquema de propina envolvendo o empresário Eike Batista e Cabral.

Os irmãos Chebar são delatores da Operação Eficiência, que investiga esquema de propina envolvendo o empresário Eike Batista e Cabral. Segundo eles, os recursos seriam utilizados para vários fins, como pagar despesas da família do ex-governador do Rio. Somente uma empresa de turismo de Londres teria recebido R$ 800 mil.

Os irmãos faziam o trabalho de coletar dinheiro em vários pontos da cidade, por exemplo, em endereços de fornecedores do Estado. Dizem que, em uma certa oportunidade, foram orientados por Carlos Miranda, operador de Cabral, a recolher R$ 1 milhão de um prédio em Botafogo, onde funcionariam escritórios de duas empreiteiras: Andrade Gutierrez e Odebrecht. Lá, acabaram recebendo R$ 5 milhões de reais, que foram incorporados ao caixa da corrupção.

Os irmãos ganhariam entre 1% e 1,2 por cada operação de transferência de recursos para fora do Brasil.

Renato confirmou que, entre 2014 e 2016, o caixa paralelo de Sérgio Cabral foi abastecido com remessas semanais de R$ 500 mil, vindas de outro doleiro e delator, Álvaro José Novis. “Fazia créditos frequentes, tipo semanais...”, afirmou.

O doleiro Álvaro José Novis também prestou depoimento. Confirmou que enviava dinheiro para Cabral, vindo do caixa de propina da Fetranspor, entidade que congrega os sindicatos patronais das empresas de ônibus do Rio.

A defesa de Cabral ainda não foi encontrada, mas o ex-governador tem negado recebimendo de propinas (veja abaixo).

Operação Eficiência

O MPF investiga dois pagamentos suspeitos feitos por Eike Batista ao ex-governador. O primeiro deles, de US$ 16,5 milhões, se refere a um contrato falso de intermediação da compra de uma mina de ouro.

Outro seria de R$ 1 milhão a ex-primeira dama e mulher de Sérgio Cabral, Adriana Ancelmo — que foi absolvida em uma das denúncias, pelo juiz Sérgio Moro. O escritório de advocacia dela teria, diz o MPF, recebido a propina numa simulação de prestação de serviços através da EBX, uma das empresas do conglomerado do empresário.

De acordo com os procuradores, ainda não é possível dizer quais negócios de Eike foram favorecidos por causa dos repasses ao grupo do ex-governador.

Um dia antes, Cabral negou propina

Um dia antes, ao mesmo juiz — Marcelo Bretas — o ex-governador admitiu o uso de caixa dois, mas negou que recebesse propina. Afirmou, ainda, que denúncia de que receberia 5% de propina em grandes obras seria "maluquice".

"Eu vejo sempre que o Ministério Público, nas acusações, se refere sempre a delatores que falam em 5% (de propina). Nunca houve 5%. Que 5% é esse? Que história é essa? 'Que 5% era uma coisa que vigia no governo Sérgio Cabral'. Que maluquice é essa? Que eu atônito vi essa... Eu estou falando para Vossa Excelência. Há colabroações, há caixa dois, há apoios, eu reconheço"

 

Fonte: G1

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