'Reage, Rio!': investimento em mobilidade urbana é uma das soluções para uma cidade sustentável

O investimento em mobilidade urbana, com ações focadas em modais como metrô e trens, foi uma das soluções apontadas por especialistas que participam do painel sobre desenvolvimento sustentável durante 'Reage, Rio!', evento realizado pelos jornal O GLOBO e Extra, e que acontece em Ipanema. Durante o debate eles também apontaram políticas habitacionais, e destacaram que o estado ainda precisa resolver problemas estruturais, como saneamento básico.

O arquiteto e urbanista Washington Fajardo, que participa do painel, destacou também a importância da revitalização de territórios urbanos, como o Centro e Zona Portuária do Rio:

- É preciso sair da ideia de expansão, que é de reciclar a cidade. Há uma dualidade no Rio de Janeiro, entre futuro e passado.

Para Fajardo, a informalidade, a favela, ainda é a regra para a população jovem urbana no Rio:

- A gente precisa rever isso e fazer com que essa população ocupe os centros urbanos. Precisamos pensar em moradias acessíveis. Portugal, por exemplo, oferece subsídios para famílias morarem em imóveis históricos. Na Inglaterra, Los Angeles e Nova York, há incentivos parecidos, e no Chile há subsídios para jovens casais saírem das casas dos pais e morarem nos centros urbanos. É um desafio do mundo.

Presidente do Conselho Empresarial Brasileiro para o Desenvolvimento Sustentável, Marina Grossi, afirmou que o saneamento básico é o 'pé do Rio no século 19':

- Ninguém se mete nesta questão, por isso que não vai para a frente.

A economista, no entanto, ressaltou que a cidade avançou em mobilidade urbana graças às Olimpíadas:

- O Rio recuperou parte do atraso, mas ainda tem muito que desenvolver. A cidade tem que ser gerida para todos. Hoje quem pega transporte público ainda precisa pagar passagem para usar a bicicleta. Em Curitiba, o cenário é mais amigável, e não é preciso pagar. Em São Francisco, nos Estados Unidos, as bicicletas dos passageiros são transportadas acopladas do lado de fora dos ônibus.

Presidente do Instituto de Arquitetos do Brasil (IAB), Sergio Magalhães confirmou que é necessário reciclar a cidade e ajustar o município para a diminuição da influência do petróleo da economia. O arquiteto lembrou que são vários fatores que levam uma cidade a se tornar mais sustentável:


- As cidades são os lugares do encontro de diferentes, da interação social. Atualmente, as cidades tendem a segregação por faixas de renda. É um equívoco que as cidades brasileiras em geral apresentem e que gerem violência. Não podemos naturalizar que a população demore duas horas e meia para chegar ao trabalho. É necessário um investimento no sistema ferroviário.

Esta é a terceira edição do 'Reage, Rio!', cujo tema são Cidades Inteligentes. O seminário tem patrocínio da Oi e apoio institucional da Prefeitura do Rio.

 

 

Fonte: O Globo
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