Crivella volta a dizer que prefeitura não ganha tanto quanto estado e União com o carnaval e anuncia criação de nova secretaria de turismo

O prefeito Marcelo Crivella disse na tarde deste domingo que vai trabalhar em 2020 com a meta de reduzir para R$ 10 milhões a R$ 20 milhões o investimento público no carnaval do Rio, com a iniciativa privada cobrindo a diferença.

Ele voltou a reafirmar que a festa gera aumento de faturamento para alguns setores da economia, para o governo do estado e para a União, mas não necessariamente para a prefeitura.

Ao GLOBO, Crivella acrescentou que mudará alguns detalhes no planejamento do turismo na cidade. O comando da Riotur permanecerá com Marcelo Alves. Mas será criada uma Secretaria de Turismo com o comando de um nome a ser indicado pelo ex-vice-governador Francisco Dornelles, do partido Progressistas. A ideia é que isso estimule parcerias para atrair mais visitantes ao Rio. Um dos focos será tentar trazer para a cidade turistas que visitam São Paulo a negócios. Crivella disse que conversou com o governador paulista João Dória sobre uma espécie de parceria em pacotes de viagens.

Crivella também voltou a defender a legalização dos jogos no Brasil. Ele avalia que isso permitiria a construção de cassinos na Zona Portuária, ajudando no desenvolvimento do projeto Porto Maravilha.

Prefeito quer novo modelo de financiamento

De acordo com o prefeito, o carnaval gera aumento significativo de receitas para iniciativa privada, estado e União - mas não para o município. Diante do quadro, ele propõe uma participação maior das empresas no financiamento da festa.

- O custo para a prefeitura organizar o Carnaval chega a R$ 70 milhões por ano. A receita gerada para o município não se compara com que a iniciativa privada fatura, como, por exemplo, com a venda de bebidas e com a publicidade da transmissão do desfile. Nem toda a receita de impostos vem para o Município porque são cobrados muitos tributos que geram mais receita para o Estado e para a União. O que queremos é que essas empresas que lucrem e ajudem mais. Em 2017, com base no orçamento do ex-prefeito Eduardo Paes, eu arquei com esses R$ 70 milhões. Em 2018, com apoio privado, gastamos cerca de R$ 40 milhões. Este ano, essa quantia foi de cerca de R$ 30 milhões.

O prefeito prosseguiu:

- Trabalho com uma meta de R$ 10 milhões a R$ 20 milhões para 2020. Mas o que não for captado na iniciativa privada será coberto pela prefeitura. Eu falei em desmamar o Carnaval. Mas isso não significa matar o bebê de fome.

As declarações do prefeito ao GLOBO foram dadas logo após Crivella divulgar por redes sociais uma resposta a integrantes da Mangueira que, no desfile desta madrugada, disseram que o carnaval arrecadou bilhões para o Rio que poderiam movimentar a economia e com isso gerar recursos para serem investidos em áreas prioritárias, como Saúde e Educação.

- Continuo a ouvir, no Sambódromo, que o carnaval gerou bilhões de dólares para os cofres da prefeitura. E, com isso, ela garantiu dinheiro para Saúde e Educação. Gente, assim não dá!

Apesar da Secretaria de Fazenda ter admitido que não tem estudos claros sobre em quanto a receita da prefeitura é reforçada com o Carnaval , Crivella citou novos dados sobre a arrecadação de ISS que, em tese, desfavorecem a folia. O levantamento, no entanto, não leva em conta efeitos sazonais que possam levar ao aumento e diminuição de receitas ao longo do ano.

- Fiz uma conta. Entre 2016 e 2018 a receita média diária de ISS em fevereiro foi de R$ 14.853.098. Na média do ano foi ligeiramente maior: RS 14.983.398,00 - disse o prefeito em redes sociais.

 

Fonte: Extra

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