Reserva
de vagas para negros na administração municipal
é aprovada no Rio
A
Câmara Municipal do Rio derrubou o veto ao projeto
que obriga a Prefeitura a disponibilizar, no mínimo,
20% das vagas de cargos comissionados para negros em órgãos
da administração direta e indireta. O projeto
de autoria do vereador Roberto Monteiro (PCdoB) foi aprovado
no dia 18, às vésperas do Dia da Consciência
Negra.
O
projeto, apresentado em 2007 e aprovado pelos vereadores,
foi vetado por Cesar Maia. Porém, na última
terça-feira (18), os vereadores derrubaram o veto
e agora o prefeito tem 30 dias para sancionar o projeto
ou recorrer à justiça alegando inconstitucionalidade.
No entanto, Cesar Maia já declarou que deixará
a decisão para o próximo prefeito.
A
concretização deste projeto reforça
a luta do movimento negro pela implementação
de políticas que combatam o racismo e incentivem
ações afirmativas. Ao mesmo tempo, a medida
contempla a igualdade de gênero, pois os 20% de
vagas devem ser divididos de forma igual entre homens
e mulheres (10% para cada um).
Para
Mônica Custódio, coordenadora-geral da Unegro/RJ,
o projeto foi uma iniciativa importante, pois ainda são
poucos os negros que ocupam cargos no serviço público.
O corte de gênero foi outro ponto destacado por
ela: "existem teses sobre a feminilização
da pobreza, onde a mulher negra recebe menos do que o
homem negro".
Segunda
a lei, a comprovação da origem étnica
será efetuada pela apresentação da
Certidão de Nascimento, sendo beneficiados os indivíduos
de cor preta, parda ou denominação equivalente.
Dever
do Estado
Na
justificativa de seu projeto, Roberto afirma que compete
ao Estado o princípio constitucional da igualdade
racial em real igualdade de oportunidades e tratamento
para ambos os gêneros. Por isso, é necessário
demonstrar o papel do Município no compromisso
de eliminar as desigualdades econômico-raciais e
de gêneros que ainda acontecem em nosso País.
Segundo
o projeto, o Conselho Municipal de Defesa dos Direitos
do Negro – Condedine – deve coordenar as ações
relativas à política de combate ao racismo,
estabelecer diretrizes e procedimentos administrativos
para garantir a adequada implementação da
lei e estimular a capacitação e qualificação
dos negros.
Fonte:
www.pcdobrj.org.br