Programa
Gestão Escolar vai destinar R$ 20 milhões
ano que vem para projetos pedagógicos inovadores
e que reduzam deficiências dos estudantes. Cada
sugestão pode levar até R$ 8 mil
Por: Mahomed Saigg e Maria Luisa Barros
Rio
- Oficinas de leitura, programas de reforço escolar,
bolsas de monitoria e jogos interativos de Matemática.
Esses são apenas alguns dos projetos pedagógicos
que podem receber verbas de até R$ 8 mil do governo
do estado. O Programa Gestão Escolar vai destinar
R$ 20 milhões no próximo ano letivo para
custear ações de melhoria do ensino.
Este
ano, a Secretaria Estadual de Educação creditou
R$ 1,5 milhão na conta de escolas que tiveram projetos
aprovados. Outros R$ 500 mil foram reservados para idéias
que ainda estão em análise. Sobraram R$
8 milhões que, para fechar o ano, serão
usados pelas próprias escolas para ampliar o acervo
de suas bibliotecas em uma feira montada pela secretaria.
De
acordo com a subsecretária de Gestão da
Rede e de Ensino, Teresa Pontual, a expectativa é
selecionar 2 mil programas elaborados nas 1.591 escolas
estaduais.
Os
projetos estão abertos aos 48 mil professores regentes
da rede. As propostas poderão ser apresentadas
em dupla ou em equipes de até 15 mestres de diferentes
disciplinas. Os projetos estão sendo selecionados
em duas faixas: até R$ 4 mil e de R$ 4 mil a R$
8 mil.
A
iniciativa para tentar identificar deficiências
de aprendizagem deve partir dos professores. Só
ficam com os recursos as escolas que apresentarem boas
propostas. Com a verba, os professores poderão
adquirir livros para ampliar o acervo das bibliotecas,
comprar computadores e impressoras, pagar bolsistas, entre
estudantes de cursos de licenciatura, para atuar como
monitores, além de comprar móveis, equipamentos,
jogos e vídeos. O importante, segundo a secretaria,
é que a verba seja utilizada apenas na aquisição
de material pedagógico que ajude a melhorar o desempenho
e elevar indicadores do colégio.
Um
dos projetos selecionados — ‘Matemática
no dia-a-dia’ — foi apresentado por 13 professores
de Artes, Biologia, Física, Química e Matemática
do Colégio Estadual Francisco Manuel, em Vila Isabel.
A escola recebeu R$ 7.750, gastos na compra de computadores,
impressoras e material didático para os 290 alunos
do Ensino Médio noturno. “Muitos fizeram
supletivo e têm dificuldades. Com o projeto, eles
percebem que a Matemática está presente
em tudo. A aula ficou mais atraente e próxima da
realidade deles”, diz a diretora Josefa Castro Guimarães.
A escola vai receber mais R$ 5.250 no ano que vem por
outro projeto, de incentivo à leitura: ‘Textos
e Contextos’. “Vamos comprar livros e DVDs
para reforçar o Português”, afirma
Josefa.
Com
o Programa de Gestão, a secretaria pretende reduzir
pela metade as taxas de reprovação do 9º
ano (antiga 8ª série) e do Ensino Médio
nos próximos dois anos.Por isso, além do
financiamento de projetos, os professores vão selecionar
em 2009 questões de Português e Matemática
para aplicar aos alunos do 5º ao 9º ano do Ensinos
Fundamental e Médio. As perguntas sairão
do site www.saerjcaed.ufjf.net. A partir da Avaliação
Diagnóstica, cada escola terá informações
para trabalhar as deficiências dos alunos.
PARCERIA
ENTRE O ESTADO E O SETOR PRIVADO
A
preocupação com a falta de mão-de-obra
qualificada disponível no mercado de trabalho está
levando empresas do setor privado a investir cada vez
mais na formação de alunos da rede pública
de ensino. Em 2009, parceria firmada entre a Secretaria
Estadual de Educação e o Instituto Unibanco
vai beneficiar 10.200 estudantes do Ensino Fundamental.
O número é mais do que o dobro dos 4.408
alunos atendidos este ano.
A
quantidade de escolas participantes do programa Entre
Jovens também subirá: passará de
38 para 68 unidades na capital e em municípios
como Duque de Caxias, Nova Iguaçu, Niterói
e São Gonçalo. O investimento também
saltará de R$ 1,2 milhão para R$ 2 milhões.
Durante o ano letivo, os jovens receberão aulas
gratuitas de reforço em Português e Matemática.
Elas serão ministradas por estudantes universitários
que terão a oportunidade de colocar em prática
o que vêm aprendendo na faculdade.
“Estamos
vivendo um apagão de mão-de-obra qualificada.
Se as coisas continuarem assim, não haverá
futuro para ninguém. Quem não consegue entrar
no mercado formal de trabalho entra no mercado marginal.
Aí as conseqüências afetam todo mundo”,
destaca a superintendente executiva do Instituto Unibanco,
Wanda Engel.
Para
participar do programa, os alunos devem procurar a secretaria
de sua escola e fazer a inscrição. As aulas
têm duas horas de duração cada uma
e são ministradas duas vezes por semana ou aos
sábados.