Senado
facilita inclusão
Projeto
aprovado permite que INSS conceda aposentadoria em 30
minutos e beneficia 10 milhões de informais no
País
Por: Luciene Braga
Rio
- O Senado aprovou o projeto de Lei 128/08, que amplia
a base de dados da previdência — o Cadastro
Nacional de Informações Sociais (Cnis) —
e permite a concessão de aposentadorias em 30 minutos.
O projeto também cria o microempresário
individual (MEI), beneficiando 10 milhões de pessoas
que trabalham no mercado informal (sem carteira assinada),
com rendimentos anuais de R$ 36 mil.
A
ampliação do Cnis vai permitir ao INSS reconhecer
vínculos empregatícios e remunerações
desde 1976. Hoje, é possível utilizar apenas
dados a partir de julho de 1994. Inicialmente, o novo
sistema vai viabilizar a concessão da aposentadoria
por idade.
Aos
poucos, vai estender o reconhecimento automático
para a aposentadoria por tempo de contribuição,
aposentadoria especial, pensão por morte, salário
maternidade e outros. A Dataprev vai iniciar testes do
projeto-piloto, que vai permitir o acesso aos dados a
partir da semana que vem.
Hoje,
o Ministério da Previdência vai homenagear
a aposentada nº 26 milhões, Luzia Correia,
de 60 anos, que teve o benefício concedido em 30
minutos, abrindo nova fase do sistema.
O
projeto aprovado vai permitir a formalização
e a inclusão previdenciária de pipoqueiros,
cabeleireiros, manicures, camelôs, costureiras,
donos de bares, artesãos e manicures, entre outras
ocupações nos pequenos negócios informais.
Eles terão que contribuir para o INSS com a alíquota
de 11% sobre o salário mínimo. Os ligados
à indústria e comércio terão
isenção dos impostos federais (IRPJ, PIS/Pasep,
IPI, Cofins e INSS patronal) e pagarão R$ 1 de
ICMS. A contribuição total será de
R$ 46,65. Os prestadores de serviço também
terão a isenção dos seis tributos
e pagarão ISS no valor de R$ 5 — contribuição
de R$ 50,65.
Bom
para os trabalhadores e para o INSS, que aumenta a arrecadação.
A previsão é de que pelo menos 30% dos 10
milhões devam aderir, provocando mudanças
no mercado informal.
Sem
acordo para o fim do fator
O
governo, que prometia acordo para substituir o fator previdenciário,
frustrou líderes das centrais na reunião
de ontem, em Brasília. O ministro da Previdência,
José Pimentel, não apresentou proposta alternativa
ao reajuste dos benefícios acima do mínimo
— objeto de dois projetos de lei na Câmara
— e tentou consenso para instituir idade mínima
para a aposentadoria, o que não agradou. Sindicalistas
prometem novas vigílias e debates para defender
as reivindicações de aposentados.
Segundo
Pimentel, o governo pretende criar medidas para incentivar
o trabalhador a adiar a aposentadoria, como no funcionalismo.
Para o presidente da Central Geral dos Trabalhadores do
Brasil, Antônio Neto, o ministro não fez
proposta e jogou a responsabilidade para o Congresso.
João Batista Inocentini, da Força Sindical,
disse que todos saíram indignados. João
Felício, da CUT, informou que trabalhadores irão
às lideranças do governo na Câmara.
Fonte:
www.odia.com.br