Vem
aí o 'Bolsa-Aluguel'
Governo
vai criar a ‘locação social’
para ocupar 5 milhões de imóveis urbanos
vazios no País. Rio e Bahia já têm
convênio de cooperação técnica
com França e Itália, para viabilizar projeto
Por: Cristiane Campos
Rio
- O governo federal criou o Bolsa-Aluguel, e os estados
do Rio e da Bahia são os primeiros a aderir ao
projeto-piloto. O sistema é usado com sucesso na
França, na Itália, no Uruguai e na África
do Sul. Segundo a secretária nacional de Programas
Urbanos do Ministério das Cidades, Teresa Jucá,
existem 5 milhões de imóveis vazios em centros
urbanos (União, estados e municípios), que
poderão ser ocupados, de graça ou mediante
pagamento mínimo, por famílias de baixa
renda — valor mensal ainda indefinido.
O
novo programa social, que vai complementar o Bolsa-Família,
está sendo debatido no Seminário Internacional
de Locação Social, que começou ontem
e vai até quinta-feira, em Brasília. No
evento, o ministro das Cidades, Marcio Fortes, assinou
acordo internacional com a Itália para apoiar estados
e municípios na elaboração de projetos
de locação social no Brasil. A modalidade
tem o fim de reduzir o déficit habitacional, hoje
de 8 milhões de moradias no País, que se
concentra entre famílias com renda até cinco
salários mínimos (R$ 2.075).
“O
Bolsa-Aluguel será mais um serviço que o
governo federal vai prestar à população
de baixa renda, como já ocorre com o Bolsa-Família.
O foco é justiça social”, afirmou
Teresa. A secretária explicou que o objetivo do
encontro é discutir com a sociedade formas de viabilizar
o programa.
“Os
governos do Rio e da Bahia já assinaram convênio
de cooperação técnica com França
e Itália para desenvolver o projeto-piloto. O principal
objetivo é ocupar os vazios urbanos e conter a
favelização. Já estamos trabalhando
com alguns prédios do INSS para implementar o aluguel
social. Há também terrenos da Rede Ferroviária,
entre outros”, adiantou Teresa.
De
acordo com a secretária, o Rio é um dos
estados que mais têm imóveis desocupados.
Ela ressalta que, no seminário, estão sendo
discutidos os critérios de ocupação,
o tempo que a família poderá ficar no imóvel,
a responsabilidade de cada inquilino em preservar a moradia
e outros detalhes.
CASA
PRÓPRIA: MAIS SUBSÍDIOS
A
secretária Nacional de Programas Urbanos do Ministério
das Cidades, Teresa Jucá, lembrou que a França
passou a usar o aluguel social na reconstrução
do Pós-Guerra. “O governo francês resolveu
subsidiar o aluguel de famílias necessitadas. Aqui
no Brasil, a cultura é a casa própria, mas
queremos implementar este novo conceito”, disse
a secretária.
O
governo também mantém programas que facilitam
o acesso da compra do imóvel. O PAR (Programa de
Arrendamento Residencial), voltado para quem recebe até
R$ 2.400, e o Crédito Solidário, focado
em famílias mais humildes, são outras opções.
Este último não cobra juros, e a família
tem 20 anos para pagar.
Fonte:
www.odia.com.br