Autoridades
terão que declarar bens à Alerj
Quem
omitir a documentação pode até ser
exonerado do cargo
Por: Ricardo Villa Verde
Rio
- A Assembléia Legislativa do Estado do Rio (Alerj)
aprovou ontem projeto de lei que obriga conselheiros do
Tribunal de Contas do Estado (TCE), delegados de polícia,
oficiais da PM e dos Bombeiros, fiscais de renda, juízes
e desembargadores, promotores e defensores públicos
a apresentarem, anualmente, declarações
de seus bens à Mesa Diretora da Casa. A proposta,
de autoria do presidente da Alerj, Jorge Picciani (PMDB),
teve apenas dois votos contrários: Wagner Montes
(PDT) e Alessandro Molon (PT).
“É
inconstitucional, é quebra de sigilo fiscal”,
alegou Montes. Molon votou contra porque o PT já
havia apresentado projeto semelhante, que está
engavetado na Casa desde fevereiro de 2003. Pela proposta
petista, porém, as declarações de
bens deveriam ser enviadas ao TCE. “É uma
órgão mais técnico. O governo federal
obriga as autoridades federais a enviarem suas declarações
para o Tribunal de Contas da União”, justificou
Molon.
Conforme
o ‘Informe do DIA’ já havia mostrado
no sábado, pelo projeto aprovado ontem, quem deixar
de apresentar a documentação não
poderá assumir o cargo para o qual foi selecionado,
podendo ser exonerado. A lei vale também para o
governador do estado, o vice, deputados, secretários
estaduais e presidente de autarquias, fundações
e agencias reguladoras. O projeto vai agora para a sanção
do governador Sérgio Cabral (PMDB), que poderá
vetá-lo.
A
lei sofreu apenas uma emenda, que determinou que as declarações
de bens sejam enviadas à Mesa Diretora da Alerj.
Antes a determinação era de envio à
Comissão de Orçamento da Casa. Picciani
justificou que a finalidade, da lei “não
é devassar a vida de ninguém”.
Reação
no TJ e no Ministério Público
Apesar
de o Ministério Público já exigir
de seus membros apresentação de declarações
bens, o projeto da Alerj cria polêmica no órgão.
Em nota, a assessoria do MP questionou “se caberia
à Alerj o controle externo do Ministério
Público no que concerne a essas informações”.
A Procuradoria-Geral de Justiça vai analisar o
caso.
No
Tribunal de Justiça, o presidente, desembargador
José Murta Ribeiro, informou que desde 1994 a Justiça
fluminense realiza anualmente controle da variação
patrimonial de magistrados e servidores. Segundo ele,quem
se recusar a prestar declaração pode ser
demitido.
Fonte:
www.odia.com.br