Meio
século de Bossa Nova
O
novo modo de sambar e cantar surgiu na década de
50 e se transformou num movimento de emergência
urbana
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“Chega
de saudade/
a realidade é que sem ela/
não há paz/ não há beleza/
é só tristeza e a melancolia/
que não sai de mim/
não sai de mim/ não sai...”.
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Esse
é um trecho da canção “Chega
de Saudade”, da dupla Tom e Vinícius. Foi
gravada pela primeira vez em abril de 1958, e hoje é
conhecida como o primeiro registro fonográfico
do ritmo Bossa Nova, que esse ano completa 50 anos. A
primeira vez que a palavra bossa surgiu foi na década
de 30, em “Coisas Nossas”, na voz do popular
cantor Noel Rosa.
Mas o gênero ganhou ênfase a partir da década
de 50. Desde então, vários cantores se interessaram
pelo sambalanço da época, o que tornou a
Bossa Nova um dos gêneros musicais brasileiros mais
conhecidos no mundo. João Gilberto foi um dos cantores
que mais ganhou destaque no jeito de cantar e compor esse
gênero musical.
Alguns críticos musicais afirmam que a Bossa Nova
sofreu influência da cultura norte-americana surgida
no pós-guerra, atrelada ao impressionismo erudito
de Debussy e Ravel, sem descartar o jazz. A verdade é
que a Bossa Nova caiu bem aos encontros casuais entre
amigos e entre músicos, que aconteciam freqüentemente
nos apartamentos de Copacabana com vista para o mar.
Nesses encontros, os grupos se reuniam para compor e ouvir
a Bossa Nova. Desses encontros surgiram compositores,
como Billy Blanco, Carlos Lyra, Roberto Menescal, Sérgio
Ricardo, Chico Feitosa, Luiz Carlos Vinha, Ronaldo Bôscoli,
entre outros. Os primeiros concertos da Bossa Nova são
egressos das universidades e ganharam adeptos nos bares,
principalmente no chamado Beco das Garrafas, em Copacabana.
Contudo, a bossa se tornou um movimento da emergência
urbana do país no período do governo de
Juscelino Kubitschek (1955-1960). Para comemorar o cinqüentenário,
a dica é reunir os amigos e um violão afinado.
E pronto, agora é só cantar.