BRASÍLIA
- Temendo que a oposição recorresse
à Justiça, o governo desistiu
de votar o Orçamento da União
para 2013 ainda neste ano. A votação
ficou para o dia 5 de fevereiro. Os governistas
queriam lançar mão de uma manobra
no regimento do Congresso para aprovar a peça
orçamentária nos próximos
dias, mas PSDB, DEM e PPS ameaçaram contestar
a operação no Supremo Tribunal
Federal (STF).
Relator-geral
do Orçamento, o senador Romero Jucá
(PMDB-RR) afirmou, nesta quarta-feira, que o
novo salário mínimo, de R$ 678,
será pago normalmente em janeiro. O mesmo
acontecerá com o reajuste de 15,8%, dividido
em três parcelas anuais e cumulativas
de 5%, da maior parte do funcionalismo. Isso
porque a Lei de Diretrizes Orçamentárias
(LDO) autoriza o governo a gastar 1/12 (um doze
avos) para manter o custeio da máquina
pública.
O
atraso na votação do Orçamento
causará prejuízo para oito categorias
de servidores públicos que fecharam com
atraso acordo de reajuste salarial. Entre elas
estão Banco Central, Receita Federal
e Incra, que terão que aguardar a aprovação
da lei orçamentária no plenário.
O
relator-geral do Orçamento também
afirmou que as novas desonerações
fiscais, no valor de R$ 10 bilhões, anunciadas
pelo governo neste mês para aquecer a
economia também só valerão
depois da aprovação do projeto
de lei no plenário do Congresso.
Jucá
disse ainda que o governo deve editar amanhã
uma medida provisória (MP) liberando
recursos suplementares do Orçamento de
2012 que também não foram votados.
O peemedebista minimizou, entretanto, o fracasso
na tentativa de resolver o problema ainda este
ano.
Como
o Congresso já está em recesso,
governistas queriam que o Orçamento fosse
votado pela comissão representativa -
19 deputados e nove senadores escalados para
ficar de plantão durante as férias
do Legislativo. A polêmica era se esse
grupo tem a atribuição para isso.
-
Tínhamos base jurídica e política
para votar agora, no período da comissão
representativa, mas entendemos que era mais
importante construir um acordo amplo, inclusive
com a oposição, então vamos
votar o Orçamento no dia 5 de fevereiro
- afirmou Jucá.