Sessão
extraordinária para votação do tombamento
do Museu do Índio é suspensa e provoca revolta
Mais cedo, a câmara tirou de pauta o projeto de
tombamento da Escola Municipal Friedenreich
Por: Luiz Ernesto Magalhães
RIO
- A notícia de que a sessão extraordiária
da Câmara dos Vereadores que votaria o tombamento
do Museu do Índio, no Maracanã, foi suspensa
por falta de quórum causou revolta entre populares.
O vereador Luiz Carlos Ramos (PSDC) foi cercado por manifestantes
no momento em que bebia um chope no bar ao lado do prédio
da Câmara. Ele chegou a se esconder no banheiro do
estabelecimento, e precisou ser socorrido por outros vereadores.
A Polícia Militar foi chamada e chegou a jogar bombas
de efeito moral contra a multidão. Luiz Carlos Ramos,
conhecido como "o homem do chapéu", sai
embaixo de copos de cerveja e cusparada.
Os
projetos que previam o tombamento da Escola Municipal Friedenreich
e do Museu do Índio, no Maracanã, receberam
emendas e foram retirados de pauta na Câmara de Vereadores,
em meio a protestos de de estudantes e indíginas.
O projeto de lei tombando a escola foi aprovado em primeira
discussão na última terça-feira, numa
sessão extraordinária. Na mesma sessão,
faltou quórum para discutir se o antigo prédio
do Museu do Índio, que pode ou não ser demolido
para a Copa do Mundo, deveria ser tombado também.
Na
quarta-feira, o prefeito Eduardo Paes já havia antecipado
que pretendia vetar a proposta de tombamento da Escola Municipal
Friedenreich caso ela fosse aprovada. A prefeitura negocia
com o estado a transferência do colégio para
um antigo terreno do Exército em São Cristóvão.
O estado arcaria com a mudança. O que ainda não
está claro é se a transferência seria
ou não definitiva ou se valeria apenas durante as
Olimpíadas de 2016.
A
proposta de tombamento é uma tentativa de evitar
que a unidade seja demolida e os alunos transferidos, por
conta das obras de adaptação do Maracanãzinho
para os Jogos Olímpicos de 2016. Na área ocupada
pela escola, está prevista a construção
de duas quadras de aquecimento para as seleções
de vôlei. A construção das quadras faz
parte de uma série de investimentos de responsabilidade
da empresa que vencer a concorrência do governo do
estado para administrar o complexo esportivo do Maracanã.
A Secretaria estadual da Casa Civil prometera que o edital
de concessão seria divulgado este mês. Mas
na quarta-feira o Palácio Guanabara informou que
as regras só serão divulgadas em janeiro.
As razões para o adiamento não foram reveladas.
A
minuta do edital apresentada em novembro previa que o concessionário
investisse R$ 469,4 milhões no complexo até
os Jogos de 2016. Nessa conta, estavam incluídas,
por exemplo, a demolição e reconstrução
em São Cristóvão do Parque Aquático
Júlio Delamare e do ginásio Célio de
Barros, bem como a derrubada do antigo Museu do Índio.
O consórcio também seria responsável
por implantar um museu do futebol, além de infraestrutura
de bares e restaurantes.
Fonte:
www.oglobo.globo.com |