Governo avalia prós e contras de saída de Graça Foster

A presidente Dilma Rousseff tem avaliado os custos e os benefícios de uma eventual demissão da presidente da Petrobras. Até sexta, Dilma resistia a demitir Graça Foster. No entanto, não descartava a saída dela por conta própria, devido à pressão política e à contínua queda do preço das ações da Petrobras.

Dilma confia em Graça Foster. Dificilmente vai demiti-la. Mas o governo avalia que a presidente da Petrobras se enfraqueceu na semana passada com as revelações de que ela sabia das irregularidades na Petrobras desde 2009. Não está descartada sua saída do cargo a pedido.

Entre os ministros da presidente, há visões distintas. Para quem defende a saída de Foster, esse movimento permitiria ao governo indicar uma nova diretoria comandada por um presidente escolhido no mercado, que pudesse colocar um freio de arrumação na companhia. Já os defensores da permanência de Graça Foster afirmam que mantê-la no cargo faz parte de uma linha de proteção à própria presidente Dilma e que a demissão da presidente da Petrobras apenas enfraqueceria o governo.

As principais revelações da Operação Lava Jato atingem o governo e o PT. A contínua perda de valor das ações da Petrobras e as revelações de desmandos enfraquecem a empresa e o governo. É uma notícia ruim atrás da outra, envolvendo o PT e operadores petistas. Não há dúvida de que o PT pagará uma conta mais alta do que os demais partidos.

Mas o PT decidiu fazer um discurso mais duro em relação à oposição porque há notícias que também atingem outras siglas.

No final de semana, uma reportagem da “Folha de S.Paulo” mostrou que a construtora Queiroz Galvão relacionou doações eleitorais a contratos. Um dos contratos era do governo de São Paulo, com previsão de doação ao PSDB de um percentual do que já havia sido pago pelo obra.

Nessa reportagem, apareceram iniciais nas anotações da Queiroz Galvão que significariam previsão de doação eleitoral a José Serra (PSDB), que se elegeu senador em São Paulo, a Alexandre Padilha (PT), que perdeu a eleição para o governo paulista, e Paulo Skaf (PMDB), presidente da Fiesp, que também saiu derrotado na disputa pelo Palácio dos Bandeirantes.

A reportagem mostra que, se houver criminalização de doações eleitorais legais, isso atingirá todos os principais partidos.

Há muitas informações vindo à tona devido ao farto material de evidências e provas que já faz parte do acervo dos processos e inquéritos da Lava Jato. Arquivos reservados das empresas foram apreendidos. Há pressão para que executivos façam delação premiada. Sem contar empreiteiras, como a Camargo Corrêa, dispostas a fazer um acordo de leniência no qual assumiriam culpas, pagariam multas e executivos seriam presos.

Esses fatores todos tendem a reforçar a acusação de que o cartel que atuava na Petrobras agia também em outras obras e que essas propinas alimentavam o funcionamento do sistema político-eleitoral brasileiro.

 

Fonte: blogdokennedy

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