Pezão entrega UPP sem água em bebedouro e diz: 'Política não mudará'

O governador Luiz Fernando Pezão participou, na manhã desta terça-feira, da cerimônia de entrega das obras de reforma de sete Unidades de Polícia Pacificadora. A sede escolhida para o evento foi a do Chapéu Mangueira, no Leme, que segundo o governo do Estado "recebeu pintura, conserto e revisão da rede elétrica". Na porta da unidade, no entanto, não havia água nas três torneiras do bebedouro. A solução improvisada era um galão de 20 litros de água mineral, que saciou a sede de parte dos presentes que tiveram de subir 230 degraus até a sede da UPP.

A reforma das UPPs começou a ser feita após denúncias dos próprios policiais militares, que procuraram o Ministério Público Estadual para denunciar as péssimas condições de trabalho nas Unidades de Polícia Pacificadora. A maioria das 38 sedes (21 delas) foi instalada de forma improvisada, em contêineres sem as mínimas condições de funcionar como uma base militar.

Na saída da cerimônia, questionado pelo DIAse haveria também alguma reforma também na política de segurança pública ou no projeto de pacificação, uma vez que os confrontos têm se intensificado em 2015, inclusive em áreas tidas como pacificadas, o governador disse que a política seguirá inalterada. Nos últimos dias foram registrados tiroteios em Manguinhos, Providência, Mangueira, Complexo do Alemão, Parque Proletário e Coroa, além da Praça Seca.

"Vai continuar do jeito que está. Mais policiamento nas comunidades, nas ruas, para retomar a paz no Estado do Rio de Janeiro", disse Pezão.

O secretário de Segurança, José Mariano Beltrame, reconheceu que ainda há muitos problemas, sobretudo na prevenção ao crime.

"(Os confrontos) têm sido normalmente em áreas maiores, e mesmo assim, no Alemão, temos conseguido diminuir isso com a presença do Bope. Temos feito muitas prisões diariamente, em áreas de UPPs. Mas para fazer cessar isso tem a ver com prevenção e outras questões que estão atrás da polícia. Talvez a cidade não tenha consciência do problema que é resolver as questões da segurança. Resolvemos encarar esse trabalho em 2007. Mas sozinho a gente não consegue", disse Beltrame.

O prefeito Eduardo Paes, responsável pela reforma das UPPs ao custo de R$ 1.763.027,00, mesmo sendo de responsabilidade do governo do Estado, se colocou à disposição de Pezão. E fez uma comparação com o que passava há 5 anos.

"Estamos buscando ajudar. Acredito no processo de pacificação, que é algo essencial e fundamental para a vida da cidade. Quando fui eleito, em 2008, não conseguia passar pela Rua São Miguel, na Tijuca, porque era a rua do Morro do Borel. Nem eu, nem os prefeitos que me antecederam. O Cesar Maia, o (Luiz Paulo) Conde, o Marcello (Alencar) e o Saturnino Braga. Desde 2010 passo por lá todos os dias. Os desafios são enormes, mas posso afirmar que a população aposta no trabalho da corporação. Sabemos que nem todos os policiais são puros e perfeitos, há erros e equívocos, mas o caminho é esse, temos de continuar a avançar. O Rio tem jeito e é uma cidade viável", disse Paes.

Além da UPP entregue nesta terça no Chapéu Mangueira, passaram por reformas duas unidades da Chatuba e uma do Morro da Fé/Sereno, no Complexo da Penha, duas bases do Santa Marta, em Botafogo, e outra no Morro do Turano, na Tijuca. A prefeitura está reformando outras duas que deverão ser entregues até outubro: Parque Proletário, na Penha, e Morro dos Prazeres, em Santa Teresa. O investimento total na reforma das nove UPPs será de R$ 2,7 milhões.

"São 38 reformas que nós estamos fazendo, vamos entregar no final de junho a da Rocinha, até o final de agosto vamos entregar todas as sedes reformadas e novas", prometeu Pezão.

 


Fonte:
O Dia

Copyright© 2003 / 2015 - ASFUNRIO
ASFUNRIO - Associação dos Servidores da SMDS e Fundo Rio
Visualização Mínima 800x600 melhor visualizado em 1024 x 768
Gerenciado e Atualizado: Leonardo Lopes