ELEIÇÕES
2006 NO PREVI-RIO
Reinaldo
de Jesus Cunha*
A
primeira eleição on line para o Conselho de
Administração do Previ-Rio acontecerá
entre 7 a 10 de março. Poderão votar servidores
com mais de 36 meses de contribuição. Também
estão aptos a votar funcionários inativos,
aposentados e pensionistas.
Trata-se
da segunda eleição direta para a escolha de
oito conselheiros, sendo quatro titulares e quatro suplentes.
Após a eleição, a composição
do Previ fica assim constituída: Prefeito, Secretario
de Administração, Fazenda, Procurador, Presidente
do Previ-Rio e os oito mais votados dos trabalhadores.
Na
sua estrutura, o Previ-Rio tem um conselho fiscal, integrado
por dois titulares do governo e um dos trabalhadores. Este
conselho é indicado pela direção do
Previ-Rio.
Quais
são, então, as novidades deste processo eleitoral
do Previ- Rio para o anterior, realizado entre 16 e 17 de
dezembro de 2003?
A diferença está na nova metodologia de votação.
Dessa vez, não teremos urnas espalhadas nas dependências
estratégicas das unidades municipais e sim alguns
computadores que estarão espalhados por alguns setores
da Administração. Os eleitores, através
de uma senha ( dada pela Secretaria Municipal de Administração),
identidade e CPF, estarão habilitados a votar.
Como
será a computação dos votos ? Segundo
a resolução da Secretaria Municipal Administração
(SMA) nº. 1243, de 01/06, o sistema que monitorará
o processo eleitoral chama-se SISVE, desenvolvido pelo IPLANRIO.
Na
“ rádio-corredor” da prefeitura, no entanto,
iniciou-se um processo crítico em relação
à nova modalidade de votar. Esse sistema é
confiável ? Poderão ocorrer falhas na totalização
dos votos ? Qual a eficácia da modernidade deste
sistema ?
Gostaríamos
de ressaltar que, na última eleição,
para o Previ-Rio não tivemos nem 5% dos eleitores.
Agora, será que teremos maior participação
dos servidores numa eleição on line?
Outra
pergunta que fica no ar é a fiscalização
do voto. Como será ? Segundo a Resolução
da SMA, a Controladoria Geral do Município e os candidatos
terão uma senha do código fonte, que facilitará
a fiscalização. Mais uma vez, as dúvidas
persistem: é confiável ?
Olhando
de fora para dentro podemos dizer que não há
margem de segurança. Isto porque o IPLANRIO é
um organismo municipal e que o terceiro interessado é
o candidato. Neste sentido, os eleitores ficarão
vulneráveis a um sistema que não conta com
a participação e o aval dos candidatos, dos
servidores e do próprio TRE ( Tribunal Regional Eleitoral).
Neste
sentido, indagamos: por que não convidar uma empresa
conceituada – um órgão externo aos interesses
municipais – para fiscalizar o processo eleitoral
?
Pelo
desenrolar dos acontecimentos, esta sugestão não
será acatada. A solução será
mesma caseira, evitando, assim, desperdício de dinheiro
e deslocamentos desnecessários de servidores.
Como
se apregoa que este sistema é inovador, por que,
então, a prefeitura não vende essa tecnologia
para o TSE ( Tribunal Superior Eleitoral) para as eleições
de 2006 ?
Isto
porque o eleitor não precisaria se deslocar do seu
bairro para votar, bastando apenas procurar um computador
próximo de sua casa, e assim, estaria resolvido problema.
Lembro
que a ONU ( Organização das Nações
Unidas) tem enviado observadores internacionais para países
onde as eleições se apresentam problemáticas.
Estes observadores, por exemplo, estiveram recentemente
no processo eleitoral da Libéria e da Venezuela.
Voltamos,
então, a indagar: nesta eleição podemos
ter menos eleitores em relação à eleição
de 2003, mesmo com a “modernidade” do processo
eleitoral ?
Vamos
esperar que surja uma nova fórmula neste processo
eleitoral para que possamos ter uma eleição
satisfatória para todos.
*
Reinaldo de Jesus Cunha é presidente da Asfunrio
e Conselheiro Suplente do Previ-Rio
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