MODERNIDADE
OU BARBÁRIE ?
As eleições para o Conselho de Administração
do Previ-Rio, a serem realizadas entre 07 e 10 de março
próximos serão via on line. Essa nova modalidade
foi anunciada na edição de 17 de janeiro do
Diário Oficial do Município (DOM) pelo presidente
da Comissão Eleitoral, Antonio Feitosa. Além
disso, foi ratificado pelo Secretario Municipal de Administração,
Índio da Consta, através das resoluções
nº 1243, de 27 de janeiro de e 1248 de 10 de fevereiro
passados.
Mas por que adotaram uma sistemática diferente da
que foi adotada no pleito das eleições de
2003, pela via direta, cuja comissão eleitoral foi
presidida pela Sra. Ana Maria Queiroz de Moura? Segundo
a resolução, esse novo modelo eleitoral foi
ratificado nas sessões ordinárias ocorridas
nas 17ª e 18ª Regiões Administrativas pelo
Conselho de Administração do Previ-Rio, estância
máxima de deliberação do conselho.
Será
que a forma on line pode ser superior da antiga modalidade
de votação? Será que mesários
contando manualmente os votos significa retroagir a barbárie?
Outro ponto que chamo a atenção é
a dificuldade de comunicação com as bases.
Segundo a resolução 1248, é terminantemente
proibida a propaganda dos candidatos dentro dos órgãos
da administração municipal por ferir a legislação
vigente. Estão também proibidos de fazer
boca de urna em locais de votação 48 horas
antes das eleições, sob pena do candidato
infrator desqualificar-se para o pleito.
Chama
a atenção à falta de discussão
política para algo tão relevante como o
Fundo de Previdência dos trabalhadores. Por que
não podemos fazer uma festa democrática
com cartazes dos candidatos espalhados pelas dependências
dos organismos públicos? Por que não elaborar
um jornal explicativo com números oficias sobre
a administração do fundo, como, por exemplo,
dados sobre o número de beneficiários, pensionistas,
pecúlios, auxilio educação, natalidade,
funeral, empréstimos imobiliários, empréstimos
para compra de computadores e outros?
Quem
acompanha o Diário Oficial ou utiliza outra forma
de ferramenta, como o computador, pode acessar o site
da prefeitura e obter mais informações,
caso seja do seu interesse. Por que abortar o processo
da discussão política? A quem interessa
a alienação? Será que esta inovação
não está na contramão da historia?
A
Lei 3344, que disciplina o regime próprio de previdência
e assistência dos servidores municipais, no seu
parágrafo 2º, do artigo 12, diz que: “cada
servidor votará em um nome, dentre os segurados
candidatos previamente inscritos, em urnas instaladas
nos principais locais de concentração de
trabalho por pelo menos dois dias”.
Então,
por que não adotar esse sistema? Pode uma resolução
se contrapor à lei? Por que cartazes e panfletos
passam a idéia de poluição visual
e sujeira? Acho que os servidores devem acordar e participar
mais ativamente do pleito, sob pena de perder um grande
acontecimento para o fortalecimento das nossas instituições
democráticas. Eleição é isto
mesmo: bloco na rua e plataforma dos candidatos se comprometendo
com bandeiras de lutas. Na minha opinião, devemos
ampliar esta discussão sob pena de neutralidade
e falta de compromisso com a democracia. Por que será
que a discussão política atrapalha ?
Do
contrário, perderemos uma grande oportunidade se
não usarmos esta ferramenta on line, moderna e
democrática. A prefeitura, no meu entender, deveria
permitir a divulgação nas dependências
da administração municipal o uso do Lotes
Notes, Rio E-mail e outras formas de comunicação.
O que você, servidor, prefere? Politizar esta eleição?
Ou, a pretexto de uma eleição on line, voltarmos
à barbárie com uma política antidemocrática?
Você decide!
*
Reinaldo de Jesus Cunha é presidente da Asfunrio
e suplente do Conselho de Administração do
Previ-Rio